"De repente, a distância não era mais suficiente e o silêncio rompia o próprio silêncio...
Os sorrisos, como convites, iam de irreverentes a arrogantes; provocadores, talvez intimidadores... Mas intimidar o que sorri de volta é impossível!
Vozes moduladas com tantos e tantos propósitos, a propósito se enroscavam como teias invisíveis e sem matéria, ressoando diálogos não direcionados, porém inseparáveis...
Aos poucos veio a necessidade do toque, de outras linguagens, livros, lábios, línguas, letras e o silêncio pairava de modo insuportável aos olhos que piscavam devagar, divagando...
Quantas reticências, exclamações e interrogações que não se bastavam e se voltavam umas às outras, confusas e misturadas, verbos sem sujeito e sem conjugação.
Tudo então virou pretexto para outro sorriso e outro olhar, e assim as flores pelo caminho se apossaram de um sentido tão intenso, destoando do trânsito e do asfalto, do mundo e do tempo, do certo e do errado...
Só flores, delicadas jasmim-mangas errantes e erradas, novos signos! Símbolos do deleite, da chuva entre as folhas que revelam flores e novos sorrisos!
As quaresmeiras espiam enquanto seu roxo se abranda ao deixar-se levar pelo vento que passa cortante...
A terra magnética e o mato testemunham o que a chuva revelou, e nem um cobertor de flores poderia esconder... O limite do toque é não ter limite, assim como a chuva penetra o solo numa profundidade que não vemos..."
São Paulo, 02/03/2010
É, eu realmente não resisti... Estava mesmo sentindo falta de escrever; quem sabe aproveito esta súbita maré para concluir meu livro...
Um grande beijo!
K.
terça-feira, 2 de março de 2010
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Qdo ficar pronto, avisa...
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