"Seu olhar avança para meu interior assim como suas mãos conduzem minha cintura para destinos que nunca imagino... Que imensa confusão de sentidos quando ouço seu sorriso! E se eu sinto sua respiração se aproximando logo vai a minha acelerando e falta o ar enquanto você me falta!
E faz falta não tocá-lo enquanto eu falo; tento fechar os olhos para te sentir mais se você não está... O corpo inteiro responde e se rebela e se revela rebelde como nunca antes! Pra ser sincera, já não posso mais responder pelos meus atos, porque enquanto me coloniza e avassala, liberta toda a sorte de sensações a que pode alguém se submeter...
Reconstruo o seu sorriso enquanto o plenilúnio escapa entre as nuvens, numa dinâmica muito semelhante à dos seus lábios enquanto me tortura na ansiedade de vê-los se abrindo tão docemente!
Seus olhos quase inocentes são o veneno mais ligeiro e irremediável da história natural e mesmo sabendo e mesmo sentindo na pele este olhar queimar, não posso evitá-los, hipnotizada, levada pelas brumas desse feitiço a um lugar desconhecido entre instinto e razão..."
Boa, e muito boa noite... Queria uma foto do firmamento hoje; a Lua está desfilando com uma renda de nuvens muito sensual! Arrisquem uma olhada pela janela e torçam para que a renda não tenha se convertido em algodão...
Um grande beijo,
K.
terça-feira, 30 de março de 2010
domingo, 28 de março de 2010
Das antigas...
Olá, pessoas!
Estou escrevendo para um novo livro - meu terceiro projeto.
O primeiro, uma pequena coletânea de sonetos entitulada "Ao Amor, Pétalas" está disponível no site do Clube de Autores. O segundo, em fase de finalização, trará poesias antigas selecionadas, e ainda estou decidindo sua forma de publicação. Quanto ao terceiro, será um misto de poesia, prosa e reflexões sobre assuntos diversos, relacionados ao âmbito da Terapia Ocupacional sob a ótica de uma estudante e também sobre a vida em geral.
Na seqüência, vai uma poesia "das antigas", outro pedacinho de mim.
Um grande beijo a todos e todas,
K.
"Pétalas
Olho as minhas rosas
De madeira
Estáticas e de estética
Clássica e esbelta...
São tão apaixonadas
Essas minhas rosas...
Que as aspiro
E respiro o ar de suas pétalas
Essas rosas
São botões que nunca vão se abrir;
Vão apenas assistir
A lacônica ida do seu aroma
- artificial...
Vão evaporar aromas
Mas não lembranças...
Rosa é mais que uma
Segunda personalidade...
Talvez seja mesmo
A Principal
Mas disso quase
Ninguém sabe...
SP, 13/04/2005"
Estou escrevendo para um novo livro - meu terceiro projeto.
O primeiro, uma pequena coletânea de sonetos entitulada "Ao Amor, Pétalas" está disponível no site do Clube de Autores. O segundo, em fase de finalização, trará poesias antigas selecionadas, e ainda estou decidindo sua forma de publicação. Quanto ao terceiro, será um misto de poesia, prosa e reflexões sobre assuntos diversos, relacionados ao âmbito da Terapia Ocupacional sob a ótica de uma estudante e também sobre a vida em geral.
Na seqüência, vai uma poesia "das antigas", outro pedacinho de mim.
Um grande beijo a todos e todas,
K.
"Pétalas
Olho as minhas rosas
De madeira
Estáticas e de estética
Clássica e esbelta...
São tão apaixonadas
Essas minhas rosas...
Que as aspiro
E respiro o ar de suas pétalas
Essas rosas
São botões que nunca vão se abrir;
Vão apenas assistir
A lacônica ida do seu aroma
- artificial...
Vão evaporar aromas
Mas não lembranças...
Rosa é mais que uma
Segunda personalidade...
Talvez seja mesmo
A Principal
Mas disso quase
Ninguém sabe...
SP, 13/04/2005"
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quinta-feira, 25 de março de 2010
Refém
"Como se estivesse presa, me prendem seus olhos com ternura e firmeza... Ando sem bem coordenar as pernas, me movo como um felino sendo caçado por outro felino, sem nunca perder a altivez, mas com o coração aos pulos...
Faço qualquer jogo que me propõe, como se estivesse presa, subordinada às suas vontades, vendo a cada dia se esgotarem minhas estratégias, me deixando exposta!
Fico vulnerável como se estivesse presa, e como se estivesse presa, quase não consigo lutar contra o sorriso que explode em minha boca ao pensar em você...
Como se estivesse presa, ando por aí, vencendo distâncias que na verdade não conseguem te afastar, pois é como se eu andasse sobre pegadas e vestígios de você, refletindo lembranças em pedaços de azulejos desbotados ou nas poças d'água pelo caminho!
Vôo livre na imaginação inconcreta, como se estivesse presa nesses devaneios e desejos que sem me deixar esquecê-los um só momento me permitem livremente voar..."
Apesar de ter deixado o trânsito caótico hoje, a chuva me fez bem... Quase ritualística, acho a tempestade libertadora e energizante!
Boa noite a todos e todas,
K.
Faço qualquer jogo que me propõe, como se estivesse presa, subordinada às suas vontades, vendo a cada dia se esgotarem minhas estratégias, me deixando exposta!
Fico vulnerável como se estivesse presa, e como se estivesse presa, quase não consigo lutar contra o sorriso que explode em minha boca ao pensar em você...
Como se estivesse presa, ando por aí, vencendo distâncias que na verdade não conseguem te afastar, pois é como se eu andasse sobre pegadas e vestígios de você, refletindo lembranças em pedaços de azulejos desbotados ou nas poças d'água pelo caminho!
Vôo livre na imaginação inconcreta, como se estivesse presa nesses devaneios e desejos que sem me deixar esquecê-los um só momento me permitem livremente voar..."
Apesar de ter deixado o trânsito caótico hoje, a chuva me fez bem... Quase ritualística, acho a tempestade libertadora e energizante!
Boa noite a todos e todas,
K.
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quarta-feira, 24 de março de 2010
Tentativa
Cliquei em "Nova Postagem"... Até tinha sobre o que escrever, mas realmente a falta de serenidade esgota a minha poética...
Realmente, o "boa noite" do post anterior será tudo...
K.
Realmente, o "boa noite" do post anterior será tudo...
K.
Lua Nova
"Hoje eu queria cinco minutos do mais profundo e intenso silêncio... Queria um pedacinho de mundo em que não houvesse mais nada a não ser uma noite bem escura, com um céu sem ruído de estrelas...
Estar só pode ser realmente muito assustador para alguns, mas para mim é completamente reconfortante... Gostaria de andar pela noite, mas não quero ser assaltada; sabem como é, cidade grande... Daí talvez venha a introspecção; é uma forma de percorrer ruas, na maioria das vezes bastante escuras, porém o único ofensor que posso encontrar sou eu mesma e já estou bastante acostumada com todos os meus delitos...
Existem coisas que são mesmo maiores do que nós então buscar em nós mesmos todos os recursos que temos, canalizar-se em si mesmo é algo até inteligente de se fazer...
O silêncio profundo e ininterrupto é um tanto improvável e utópico, então fico com a música... Deixo cada nota tocar meu corpo como se em mim reverberasse o que cada acorde quer dizer em sua essência... Assim, uma música traz à tona minha fragilidade, outra, a minha fúria; outra ainda me faz voltar a ser criança e afasta de mim a velhice precoce que me acabrunha...
Assim, posso largar o corpo a viajar por tantas ruas, de países e universos diversos, os quais fisicamente jamais poderia conhecer e por um momento até chego a esquecer da lágrima que evapora enquanto desliza pelo meu rosto e de que o final da faixa também é o final da viagem..."
Acho que "boa noite" é tudo por hoje...
Beijos a todos e todas...
P.S.: Este monte de reticências é porque estou mesmo reticente!
Estar só pode ser realmente muito assustador para alguns, mas para mim é completamente reconfortante... Gostaria de andar pela noite, mas não quero ser assaltada; sabem como é, cidade grande... Daí talvez venha a introspecção; é uma forma de percorrer ruas, na maioria das vezes bastante escuras, porém o único ofensor que posso encontrar sou eu mesma e já estou bastante acostumada com todos os meus delitos...
Existem coisas que são mesmo maiores do que nós então buscar em nós mesmos todos os recursos que temos, canalizar-se em si mesmo é algo até inteligente de se fazer...
O silêncio profundo e ininterrupto é um tanto improvável e utópico, então fico com a música... Deixo cada nota tocar meu corpo como se em mim reverberasse o que cada acorde quer dizer em sua essência... Assim, uma música traz à tona minha fragilidade, outra, a minha fúria; outra ainda me faz voltar a ser criança e afasta de mim a velhice precoce que me acabrunha...
Assim, posso largar o corpo a viajar por tantas ruas, de países e universos diversos, os quais fisicamente jamais poderia conhecer e por um momento até chego a esquecer da lágrima que evapora enquanto desliza pelo meu rosto e de que o final da faixa também é o final da viagem..."
Acho que "boa noite" é tudo por hoje...
Beijos a todos e todas...
P.S.: Este monte de reticências é porque estou mesmo reticente!
quinta-feira, 18 de março de 2010
Cidade
Hoje, passando pelos mesmos lugares, vendo as mesmas luzes noturnas e postes, fitei a igreja da padroeira dos Músicos e esperei que o sino tocasse...
Mas todo o barulho ao redor me incomodava porque eu não tinha seu silêncio; seu sorriso de corpo todo não me fazia companhia!
Como os largos e vielas podem ser diferentes se não estou na minha realidade paralela, neste micro universo no qual não cabe mais ninguém!
Mas todo o barulho ao redor me incomodava porque eu não tinha seu silêncio; seu sorriso de corpo todo não me fazia companhia!
Como os largos e vielas podem ser diferentes se não estou na minha realidade paralela, neste micro universo no qual não cabe mais ninguém!
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terça-feira, 9 de março de 2010
...
"Caçadores ágeis
Seus olhos deixam frágeis
Todas as minhas defesas
Cartas na mesa
Meu corpo contra o muro
Seus olhos no escuro
Ainda me devoram
As horas se demoram
A passar como os anos
Que te esconderam de mim
Sob lenços e panos
Em minha cintura de cetim
Seus lábios venenosos
São os frutos mais saborosos
Dos quais me servi
E fervi
Ao tocar com a ponta dos dedos
Sua pele afastando meus medos
Sua pele me aquecendo
Enquanto seu riso suave
A meus olhos vítreos invade
E vai devagar me enlouquecendo!"
Boa noite, all!
;-)
Seus olhos deixam frágeis
Todas as minhas defesas
Cartas na mesa
Meu corpo contra o muro
Seus olhos no escuro
Ainda me devoram
As horas se demoram
A passar como os anos
Que te esconderam de mim
Sob lenços e panos
Em minha cintura de cetim
Seus lábios venenosos
São os frutos mais saborosos
Dos quais me servi
E fervi
Ao tocar com a ponta dos dedos
Sua pele afastando meus medos
Sua pele me aquecendo
Enquanto seu riso suave
A meus olhos vítreos invade
E vai devagar me enlouquecendo!"
Boa noite, all!
;-)
sexta-feira, 5 de março de 2010
Bailar
"A música não cessa de tocar na minha mente e meus passos marcam o tempo... Olhos cruzados como numa coreografia; a arte imita a vida!
Feito o convite à dança, sutis toques indicam o que fazer... A dama deve soltar o corpo para que ele possa ser conduzido. Floreios, enfeites, sedução de pernas alternadas...
A música não pára, não na minha mente, que não perde o ritmo nem se dissocia do olhar que me guia através da dança. Corpos que se aproximam e que sem suportar a saudade se tocam novamente. Magnetismo? Energia? Entre apogeus e perigeus, como uma abelha cortejando a flor, move-se um corpo cheio de alma, cheio de ritmo!
As mãos firmes, unidas, separam-se um pouco, mas a ponta dos dedos ainda se tocam formando uma simbiose entre dois corpos tão sintonizados quanto um harpejo..."
Boa noite!
Ah, a música! Nada como senti-la mesmo sem ouvi-la!
Um grande beijo,
K.
Feito o convite à dança, sutis toques indicam o que fazer... A dama deve soltar o corpo para que ele possa ser conduzido. Floreios, enfeites, sedução de pernas alternadas...
A música não pára, não na minha mente, que não perde o ritmo nem se dissocia do olhar que me guia através da dança. Corpos que se aproximam e que sem suportar a saudade se tocam novamente. Magnetismo? Energia? Entre apogeus e perigeus, como uma abelha cortejando a flor, move-se um corpo cheio de alma, cheio de ritmo!
As mãos firmes, unidas, separam-se um pouco, mas a ponta dos dedos ainda se tocam formando uma simbiose entre dois corpos tão sintonizados quanto um harpejo..."
Boa noite!
Ah, a música! Nada como senti-la mesmo sem ouvi-la!
Um grande beijo,
K.
terça-feira, 2 de março de 2010
Fogo
"De repente, a distância não era mais suficiente e o silêncio rompia o próprio silêncio...
Os sorrisos, como convites, iam de irreverentes a arrogantes; provocadores, talvez intimidadores... Mas intimidar o que sorri de volta é impossível!
Vozes moduladas com tantos e tantos propósitos, a propósito se enroscavam como teias invisíveis e sem matéria, ressoando diálogos não direcionados, porém inseparáveis...
Aos poucos veio a necessidade do toque, de outras linguagens, livros, lábios, línguas, letras e o silêncio pairava de modo insuportável aos olhos que piscavam devagar, divagando...
Quantas reticências, exclamações e interrogações que não se bastavam e se voltavam umas às outras, confusas e misturadas, verbos sem sujeito e sem conjugação.
Tudo então virou pretexto para outro sorriso e outro olhar, e assim as flores pelo caminho se apossaram de um sentido tão intenso, destoando do trânsito e do asfalto, do mundo e do tempo, do certo e do errado...
Só flores, delicadas jasmim-mangas errantes e erradas, novos signos! Símbolos do deleite, da chuva entre as folhas que revelam flores e novos sorrisos!
As quaresmeiras espiam enquanto seu roxo se abranda ao deixar-se levar pelo vento que passa cortante...
A terra magnética e o mato testemunham o que a chuva revelou, e nem um cobertor de flores poderia esconder... O limite do toque é não ter limite, assim como a chuva penetra o solo numa profundidade que não vemos..."
São Paulo, 02/03/2010
É, eu realmente não resisti... Estava mesmo sentindo falta de escrever; quem sabe aproveito esta súbita maré para concluir meu livro...
Um grande beijo!
K.
Os sorrisos, como convites, iam de irreverentes a arrogantes; provocadores, talvez intimidadores... Mas intimidar o que sorri de volta é impossível!
Vozes moduladas com tantos e tantos propósitos, a propósito se enroscavam como teias invisíveis e sem matéria, ressoando diálogos não direcionados, porém inseparáveis...
Aos poucos veio a necessidade do toque, de outras linguagens, livros, lábios, línguas, letras e o silêncio pairava de modo insuportável aos olhos que piscavam devagar, divagando...
Quantas reticências, exclamações e interrogações que não se bastavam e se voltavam umas às outras, confusas e misturadas, verbos sem sujeito e sem conjugação.
Tudo então virou pretexto para outro sorriso e outro olhar, e assim as flores pelo caminho se apossaram de um sentido tão intenso, destoando do trânsito e do asfalto, do mundo e do tempo, do certo e do errado...
Só flores, delicadas jasmim-mangas errantes e erradas, novos signos! Símbolos do deleite, da chuva entre as folhas que revelam flores e novos sorrisos!
As quaresmeiras espiam enquanto seu roxo se abranda ao deixar-se levar pelo vento que passa cortante...
A terra magnética e o mato testemunham o que a chuva revelou, e nem um cobertor de flores poderia esconder... O limite do toque é não ter limite, assim como a chuva penetra o solo numa profundidade que não vemos..."
São Paulo, 02/03/2010
É, eu realmente não resisti... Estava mesmo sentindo falta de escrever; quem sabe aproveito esta súbita maré para concluir meu livro...
Um grande beijo!
K.
Mulher
"O dia engole a madrugada e nessa antropofagia me faço mais forte e mais velha e mais mulher!
Assim, entre panos e perfumes, cores e sombras, reforço os traços do meu rosto para que o mundo não me faça desapercebida. Nada como um belo salto alto que faça barulho ao caminhar para convencer a cidade de que eu também me movo.
Cruzo olhares enquanto cruzo as pernas ou faço o sinal da cruz sempre ao passar a frente da mesma igreja. Mais que pedir proteção, tento me lembrar que Deus existe e está em mim.
A marcha tão firme quanto o aperto de mão às vezes mostram uma segurança que não tenho, assim como o sorriso largo camufla a resistência...
Danço conforme a música, mas eu escolho a trilha sonora!
Assim, a noite vem e logo vejo as estrelas apontando em minha direção enquanto a lua sinaliza o vendedor de rosas..."
São Paulo, 02/03/2010
Saudades, caros e caras... Mas como estou MUITO inspirada ultimamente, devo voltar ainda esta semana... Ou ainda hoje!
Um beijo a cada um!
K.
Assim, entre panos e perfumes, cores e sombras, reforço os traços do meu rosto para que o mundo não me faça desapercebida. Nada como um belo salto alto que faça barulho ao caminhar para convencer a cidade de que eu também me movo.
Cruzo olhares enquanto cruzo as pernas ou faço o sinal da cruz sempre ao passar a frente da mesma igreja. Mais que pedir proteção, tento me lembrar que Deus existe e está em mim.
A marcha tão firme quanto o aperto de mão às vezes mostram uma segurança que não tenho, assim como o sorriso largo camufla a resistência...
Danço conforme a música, mas eu escolho a trilha sonora!
Assim, a noite vem e logo vejo as estrelas apontando em minha direção enquanto a lua sinaliza o vendedor de rosas..."
São Paulo, 02/03/2010
Saudades, caros e caras... Mas como estou MUITO inspirada ultimamente, devo voltar ainda esta semana... Ou ainda hoje!
Um beijo a cada um!
K.
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