sábado, 19 de setembro de 2009

Sem Definição

Sem Definição

Versos longos não são melhores
Nem nunca serão
Versos curtos, tiradas esnobes
Sucumbem no mata-borrão
Poesia, palavras pobres
Só para esvaziar o coração
Ah, solidão que dói e queima
Paixão que corrói e teima
Sem nem dar satisfação
Poesia, palavras vazias
Que ecoam na escuridão
Reverberam em ondas frias
Cálidas com sobejidão
Refletem, difratam, esbanjam emoção
Palavras de uma alma enfurecida
Cheia de torpor
Uma canção esvaecida
Transbordando amor
Exposição; posição esclarecida
Uma tensão enrustida
Um medo de flor:
A poda, o adubo
O desamor do mundo
Ou a doce adoração...
É a luta
O contraste
A muda
O desastre
De viver em contradição
Nunca se sabe o que se sente
Quando é pra dizer a verdade, se mente
E não vem o clarão;
O que é real se subentende
Nada se esclarece, fica tudo pendente
E se nada aqui tem nexo
Nada se compreende entre o côncavo e o convexo
É porque há um visível excesso
De informação...

SP, 28/12/2003

Esta poesia faz parte de um novo livro que será lançado ainda este mês.

É antiga, mas gosto muito, pessoalmente e com muita modéstia, afinal está bem longe da Cecília Meirelles e do Alphonsus de Guimaraens, mas me contento em ser mortal!

Um forte abraço!

E aguardem o novo livro!
K.

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