segunda-feira, 14 de março de 2011

14 de Março

Não posso passar o Dia Nacional da Poesia com todas as minhas linhas em branco... No twitter, já referenciei e reverenciei meu poeta querido, Pablo Neruda, com seus versos "Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos,/ juntos desde a roupa às raízes,/ juntos de outono, de água, de quadris,/ até ser só tu, só eu juntos.", e agora deixo meus pobres versos, mas que ainda assim são meus, para (você), leitora ou leitor que por essas paragens se atrever...

"Mesmo com toda a incerteza
Que minha vida inteira é
Com toda rispidez, com toda ligeireza
Com que o tempo passa, com que se esvai a fé
Mesmo com a pele calejada
Pelo sol e pelas pedras atiradas
Mesmo com a inocência perdida
Com a desconfiança de insegura
E com o silêncio das frases desditas
Com o olhar que tudo apura
Mesmo com a selvageria de quem já sofreu
Com a incapacidade de chorar de cabeça erguida
Nem o medo, a angústia do breu
Proibem minha alegria de ser exibida
Se é o seu olhar que o meu guarda
Se é o seu toque que o meu infarta
Se for na sua boca que a minha arda
O tempo e as marés nada podem
As lunações e o estio se movem
Sem contudo me tocar
Sem quase nada me dizer, nem me abalar
Desde que sua eu seja, silenciosamente
Enquanto o seu peito esconda
Como a quietuda, as ondas
Os gritos roucos que te entrego prazerosamente..."

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